sábado, 27 de março de 2010

Provocações do Arco da Velha

Com tantas andanças debaixo do arco-da-velha, o manel esqueceu o mais importante: o lançamento de um livro misterioso no palácio do Conde de Abranhos. Quando se deu conta, ao soar das sete badaladas no sino da torre da velha igreja de S.Teotónio, desalvorou Lisboa fora, ciente de encontrar neste recôndito lugar, a Rita, protectora de personagens, como anunciado por um anjo negro na nave da igreja de S.Lázaro em dia de penitência.

Chegou esbaforido, sem folgo para atacar a malvada protectora, escondida entre hostes protegidas por um raio de luz que incidia directamente sobre a escada que conduzia a lado nenhum, provocando calafrios de impotência pelo ar sonegado por aquela que por certo jazia entre muitos naquela plateia pejada de seres chamados “assistência”

Onde está ela? Pensava ele, o usador de personagens, a devorar com os olhos manchas de espectadores em busca deste guardião de abilios enforcados nas suas vidas, rotineiras e diárias, a aguardar o grito de ipiranga libertador. O Manel bem que os ouvia: “ salva-me manel, a minha vida é igual à do meu vizinho. Preciso do vinho tinto que me dás, preciso da tua autoria para me libertar deste fado atroz que me faz ser porco, com direitos de porco, quanto eu quero ser cavalo para lidar toiros no campo pequeno. Não faz mal que não saibas escrever, a gente está habituada a viver com erros”.

Por artes mágicas, a rita sumiu no meio daquela leva, enrolada num sobretudo mágico para enfrentar os 4º da CREL como anunciado por D. Vargas, protector dos friorentos, naquele noite também marcada por nepalezes, conquistadores de entranhas, pouco amigo do ambiente, feitos com uma tal Renova.

Atenção personagens, cuidado com os bolos de arroz que uma tal rita anda para ai a dar. Aquilo é bom, tem crosta crocante, mas lembrem-se dos efeitos especiais provocados pelo vinho do manel. Lembrem-se das fidalgas com os quartos traseiros empinados em frente ao altar-mor, lembrem-se que ainda um dia vão poder descobrir a vida secreta de uma tal Viúva Teles, do secXVIII, que ainda anda por aí a perguntar pelo padre Francisco, o tal dos ciganos, das concertinas e das confissões junto às pipas de palheto, por ser vinho brando, do agrado do senhor.

Manuel Alonso,

 

em resposta à Rita, protectora de personagens, do arco da velha.

 

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